Alunos e técnicos anunciam paralisação na UFMS
Cerca de 500 acadêmicos da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), em Campo Grande, participaram, ontem, de uma assembléia geral onde foi decidida a paralisação das atividades para a quinta-feira, com apoio do sindicato dos técnicos administrativos. Hoje, a ocupação na reitoria completou seu 13º dia.
Alunos de 31 cursos dos campi de Campo Grande, Aquidauana, Corumbá, Coxim, Nova Andradina e Três Lagoas, no interior do Estado, estiveram presentes e aprovaram por unanimidade a paralisação. "A aula de quinta-feira será aqui", afirmou o acadêmico de Jornalismo Ítalo Milhomem, do comitê de ocupação.
Barrados - O protesto começou no dia 7, durante a reunião do Conselho Universitário (Coun). Na reunião, foi decidida a manutenção da eleição proporcional, onde os votos de alunos e servidores representam 15% cada, enquanto os professores têm 70% de participação. Os alunos exigem o voto paritário, que garante igualdade no peso entre os três setores nas eleições para reitor.
Uma lista com três nomes deve ser enviada a Brasília até o dia 10 de setembro, para que um seja escolhido pelo presidente da República. O novo reitor não precisa necessariamente ter sido o mais votado.
O Coun é composto por 39 membros, sendo três acadêmicos, e é presidido pelo atual reitor, Manoel Catarino Paes Peró. Os alunos reclamam que foram barrados e que na ata, que deve ser aprovada em reunião extraordinária marcada para hoje, não consta a proposta da paridade apresentada por eles.
Outro ponto de conflito é a data da eleição, marcada para o dia 25 de agosto, véspera do feriado de aniversário de Campo Grande, no dia 26. Os alunos temem que o comparecimento às urnas, que não é obrigatório, seja comprometido.
Segundo o vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Bruno Elias, presente na ocupação, o movimento está forte e segue até a conquista da paridade, já adquirida por outras 24 universidades federais em todo o País. "É igual fermento de bolo. Quanto mais bate, mais cresce", disse.
Cerca de 150 estudantes se revezam ocupando a reitoria, dormindo no hall de entrada e em 75 barracas espalhadas pelos canteiros.
Denúncia - Durante a assembléia, os alunos também comentaram a denúncia anônima feita ao Ministério Público Federal (MPF) nesta semana. São apontadas irregularidades nas obras de construção da biblioteca central, reitoria e pró-reitorias, que podem ultrapassar os R$ 12 milhões.
A denúncia foi feita com base nos apontamentos feitos pela Controladoria Geral da União (CGU) nos relatório de gestão de 2007 da UFMS.
No final da assembléia, o reitor Manoel Peró deixava a reitoria quando foi interceptado pelos estudantes. Eles cercaram o carro em que ele estava e gritaram palavras de ordem durante cerca de 15 minutos.
Peró permaneceu o tempo todo dentro do carro e não demonstrou nenhuma reação aos gritos de "almofadinha, o estudante vai botar você na linha" e de uma "dança do enquadrado". A chefia de gabinete da reitoria reprovou a atitude dos alunos, mas adiantou que só o reitor pode comentar o assunto.
terça-feira, 19 de agosto de 2008
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