domingo, 24 de agosto de 2008

Erratas da mídia

Ocupantes x invasores: os acadêmicos da UFMS presentes no movimento estudantil da reitoria são ocupantes (do latim occupare: tornar-se dono de; cobrir todo o espaço de; desenvolver a atividade em;), e não invasores (do latim invader: assumir por violência; usurpar;), pois desde o início deixamos claro que a ocupação da reitoria foi um movimento pacífico. Como muito se observou, eram os acadêmicos que tinham de responder à violência dos “seguranças” da universidade, que, aliás, lá trabalham para defender o patrimônio público, que não foi danificado. Foi provado que, para atual administração, o patrimônio físico da universidade vale mais que os estudantes.

Funcionários agredidos: no dia 22, a ocupação foi expandida por todo o TÉRREO da reitoria. No ato, uma porta foi desparafusada para permitir a entrada dos ocupantes. Dois funcionários, ao perceber a ação, ficaram atrás desta porta para tentar impedir. O que não conseguiram. A porta se desencaixou e NÃO CAIU em cima de nenhum funcionário, como o relatado pela assessoria de perseguição da UFMS, que também afirmou que dois funcionários foram agredidos (estes, que só podem ser gasparzinhos, pois ninguém confirmou o fato ou provou a agressão). A porta foi encostada ao lado e cerca de 40 estudantes adentraram. Ato inesperado aos dois funcionários, que se assustaram. Um deles se desequilibrou e caiu, mas se levantou rapidamente. A funcionária Cássia Cassanha (da COC), em estado de choque, começou a gritar ao ver as ferramentas que foram usadas para ajudar a desprender a porta, correu para uma sala e se recusou a sair do local. Os outros funcionários foram acalmá-la e avisar que nada foi feito à ela, que só saiu após os ocupantes chamarem o SAMU, que a levou. Os estudantes jamais os ameaçaram ou agrediram-nos. Como mostram os vídeos
aqui.

Policiais Federais: no dia da expansão da ocupação, os policiais federais não estavam tentando convencer os estudantes a saírem do local, mas sim, de acordo com o delegado, eles estavam fazendo a intermediação da negociação entre o reitor/pró-reitores com os ocupantes. Como, por exemplo, o acordo feito para que os ocupantes não isolassem o corredor de acesso à sala cerimonial, cozinha e COC, local onde haveria os documentos e cédulas da eleição para reitor, pois também não era interesse dos ocupantes em interferir no processo eleitoral daquela forma. Como também mediar sobre não ocupar o andar superior.

Paridade: de acordo com o parecer da OAB, o sistema atual de proporcionalidade nas votações da UFMS é INCONSTITUCIONAL. Já a paridade é CONSTITUCIONAL e pode ser aplicada às votações eleitorais da UFMS, assim como foi em outras universidades há décadas. Lutamos pela paridade também nos conselhos deliberativos da universidade, como por exemplo no Coun, o qual os acadêmicos possuem somente 3 cadeiras das 45.

O Diretório Central dos Estudantes: contesta a afirmação feita pela empresa privada de jornalismo, Campo Grande News, na coluna Jogo Aberto do dia 20 de agosto que, sem quaisquer provas, afirma que o DCE tem uma receita por mês de 6 mil reais, e "anda mal das finanças, pelo menos no oficial". O DCE tem apenas uma fonte de renda: a das 600 carterinhas ANUAIS que manda fazer, ou seja, o dinheiro desta ação é bem inferior a 6 mil reais MENSAIS que o jornal eletrônico afirmou. O Diretório tenta há algum tempo se regularizar juridicamente, mas por falta de recursos das gestões passadas ainda não foi possivel a regularização.

Ocupação: ressaltamos que mantivemos nossa ocupação através do debate democrático, com assembléias diárias, e graças às doações de alimentos dos próprios estudantes da UFMS, da população, de sindicatos e de movimentos sociais, demonstrando a importância dessa luta para sociedade. O movimento de ocupação da reitoria da UFMS foi, além de pacífico, autônomo, independente e buscou a transparência através da democracia no processo de sucessão do cargo de reitor e vice-reitor da UFMS, lutando também pelas melhorias da infra-estrutura e amplo debate sobre as decisões dessa instituição, que deveria ser democrática.

Desocupação: Saímos de cabeça erguida. Conseguimos muitas vitórias como o fim das taxas, o adiamento das eleições por duas vezes, o único debate em Campo Grande, a prova de que a paridade é constitucional e o mais importante: a volta do movimento estudantil na UFMS. E não saímos chorando de “frustração” como relatado por alguns veículos, mas sim de alegria porque o dever foi cumprido. Não fechamos os olhos para as irregularidades existentes.

NOS AGUARDEM, POIS A LUTA CONTINUA!

"Quem disse que sumiu? Aqui está presente o movimento estudantil!"

7 comentários:

Ana Paula disse...

eu Ana Paula como acadêmica e blogueria, quero parabenizar a comissão de comunicação criada na ocupação. as novidades tem seriedade e são desvinculadas de qualquer interesse político, a não ser o dos próprios estudantes.
que continue assi...

Mariana Gatti disse...

Complementando o que Ana disse...

Continuem assim mesmo, a ocupação acabou mas o movimento continua...

Não deixem de postar as novidades principalmente pra galera (que como eu) é dos campus do interior e acreeditam nessa luta....

Por favor galera... continuem mantendo o Blog atualizado...

Amanhã tem Coun, divulguem pra gente o que se pretende fazer e caso possamos ajudar, estamos juntos...

Parabéns ao pessoal de todas as comissões dessa ocupação... todos estão incrivelmente de Parabéns mesmo...

Orgulhosa desse Movimento...

Bejos a todos

Unknown disse...

Creio que a opinião sobre as lágrimas não seja um consenso entre os Ocupantes.
Ainda haviam muitas conquistas a serem consolidadas, mas que por um ato precipitado, talvez possam ser prjudicadas.

No mais, a Comissão de Ocupação (e todas as sub-comissões) está de parabéns pelas conquistas, e espero que o Ipê tenha sido plantado, para que as próximas gerações tenham uma referência no Movimento Estudantil.

Fernanda Kintschner disse...

O comitê de ocupação agradece, e a comissão de comunicação agradece mais ainda! =]

O Ipê infelizmente não foi plantado, mas ainda há tempo. Vamos ver se a galera anima!

Quanto ao choro, nós da comissão de comunicação falamos com a maioria dos ocupantes e entramos num consenso q realmente não foi de frustração. Quando expandimos a ocupação estávamos ciente que a PF chegaria a qualquer momento para nos retirar.

As conquistas serão consolidadas com a reitoria ocupada ou não. O movimento ganhou mais força! Continuem lutando com gente!
E continuem acessando o blog que estamos preparando muito para ele!

"quem disse que sumiu?"

Abraços

El Matador disse...

O movimento de ocupação ganhou novos ares, direto de Brasília-DF temos o orgulho de dizer que a capital federal foi OCUPADA por parte integrante da Comissão de Ocupação da Reitoria d UFMS 2008 - "Ocupação Pablo Neruda"

Peró... a gnte disse que não acabava com a desocupação não disse?!

Unknown disse...

Estamos em mato sem cachorro.
Devemos lutar pela paridade SIM! Mas, estamos em desvantagens. Se não queremos uma IMPOSIÇÃO da situação, anti-democrática e autoritária, também não queremos ser usados COMO MASSA DE MANOBRA de GENTE QUE QUER LEVAR VANTAGEM na nossas costas como o Benevides, e os outros.
Cada um ali tem um interesse em jogo, e, ainda que a PARIDADE VENÇA, não garante que tivemos uma discussão com a apresentação das propostas e não garante também que os outros candidatos sejam bons. Penso que essa oposição não é de nada, e, resumindo, farinha do mesmo saco. É gente que é oposição porque na hora da indicação não conseguiu reunir apoios suficiente para ser indicado.

Unknown disse...

aos descrentes no movimento e pra quem acha que foi precipitada a ação de sexta, dia 22 de agosto:

não creio que tenha prejudicado o movimento, pelo contrario, acredito que com esse ato (que se extendia em debates sem concretizações durante uma semana), os academicos (julgo agora estudantes, pois não se amarram apenas as correntes do saber academico, que serra e cega para outros assuntos tambem importantes) conseguiram uma visibilidade para essa causa, que ja era necessaria antes das eleições. agora os candidatos e qualquer um que pretenda assumir a gestão da reitoria da UFMS entende que existe uma fiscalização e preocupação dos estudantes e da sociedade sobre como se gasta o dinheiro destinado a instituição. com relação a midia, talvez, isso não tenha ficado claro. o que não significa que não seja mutavel essa situação...

talvez realmente tenham sido fechadas algumas portas, mas ja abrimos muitas nessa ocupação, podemos lidar com isso e agora, com certeza, acredito que com a ajuda da maior parte dos estudantes da UFMS...

acredito nesse movimento, acredito que conseguimos muitas vitorias e acredito, acima de tudo, que agora estamos unidos para lutar pelos nossos direitos, pelo que é nosso...


desculpem o longo texto, mas eu fui um dos que chorou de emoção por participar de um movimento sem precedentes na história da UFMS...

fizemos história, agora exigimos respeito...

viva ao movimento estudatil na UFMS!!!!